Revista Poder

José Serra

José Serra || Créditos: Pedro França/Agência Senado

A verdade é que precisa ser de uma integridade quase suicida para fazer o que o senador José Serra (PSDB-SP) fez na noite da quinta (30), ação que reverberou ao longo desta sexta (1º).

Serra foi o único, repetindo, o único senador entre 60 e picos, a votar contra o governo na PEC kamikaze, o pacote de bondades que explodiram ainda mais as burras federais e que cria, via emenda constitucional, auxílio-caminhoneiro, auxílio-taxista e atualiza valores de auxílio Brasil e auxílio-gás.

Tudo, como se sabe, com data de validade ridiculamente contada: até o fim de 2022, para dar tempo de contemplar as eleições.

Nenhum senador do PT ou de qualquer outro partido de oposição voltou contra a proposta.

Explicou o senador paulista: “Fui o único senador a votar contra a PEC 16, aprovada em conjunto com a PEC 1/22, apelidada de PEC Kamikaze. Por esse nome já sabemos que se trata de uma bomba fiscal. Essa PEC viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e fura o teto de gastos”. E seguiu: “O pretexto foi defender quem mais precisa, mas isso deveria ser feito de outra forma. O governo enviaria projeto de lei e créditos extraordinários, sinalizando controle e governança.”

Concluiu: “Na verdade, o “pacote de bondades” é eleitoreiro, só vai até dezembro de 2022 e compromete o futuro das contas públicas.”

Tudo aquilo que o PT não só assina embaixo como inclusive já verbalizou. Faltou coragem e, verdade, sobrou visão política, para deixar Serra falando sozinho.

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