Revista Poder

José Mauro Ferreira Coelho

Como na música do Chico, foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que presidente da Petrobras dominou o asco e pediu o boné 39 dias após ser entronizado na petroleira por seu próprio algoz, Jair Bolsonaro

José Mauro Ferreira Coelho || Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado

Como na muito famosa música de Chico Buarque, Geni e o Zeppelin, foram tantos os pedidos /tão sinceros /tão sentidos/ que (ele) dominou seu asco e fez o que Bolsonaro, Arthur Lira, Ciro Nogueira e outros dignatários da atual administração deste país exigiram que fizesse: pedir o boné.

José Mauro Ferreira Coelho renunciou à presidência da Petrobras e a seu assento no conselho de administração da companhia nesta segunda (20) apenas 39 dias depois de ser indicado ao cargo pelo mesmo Jair Bolsonaro que agora lhe tacou pedras e, poder-se-ia dizer, o outro material endereçado à personagem da música do Chico.

A mão que um dia afagou apedrejou bonito, eis o fato. Coelho se viu vítima de uma reação histriônica dos chefes do Executivo e da Câmara Federal após autorizar a subida dos preços dos combustíveis na sexta (17). Lira chamou-o de “ilegítimo” e à petroleira de exercer “capitalismo selvagem”.

Conter a alta dos preços dos combustíveis se tornou pedra de toque na campanha eleitoral do presida, que não passa um minuto sem tentar mostrar os demissionários da Petrobras que ele mesmo um dia indicou como antagonistas.

 

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