Levantamento do Great Place to Work, realizado a partir da análise do relatório de tendências em gestão de pessoas dos últimos anos, traz uma constatação desafiadora para gestores e lideranças das empresas brasileiras. Após crescimento da preocupação com a diversidade nas empresas, em 2022 este assunto registrou retração na lista de prioridades.
Segundo o relatório “Tendências em Gestão de Pessoas 2022”, a maioria dos entrevistados afirmou que Diversidade e Inclusão é uma pauta estratégica para a empresa em que trabalham, no entanto, somente 12,1% dizem que a organização tem alta maturidade no tema. Isso mostra que, apesar de ser uma pauta cada vez mais relevante — não só pela questão social, mas também pelos seus impactos nos resultados financeiros dos negócios —, ainda há muito o que evoluir para que as empresas contribuam, de fato, para uma verdadeira e múltipla equidade, não só de gênero, mas racial, geracional, do público LGBTQIA+ e de outros grupos minorizados.
Considerando histórico dos relatórios “Tendências em Gestão de Pessoas”, em 2019, 24% das empresas tinham a diversidade como tema prioritário a ser trabalhado pelo departamento de RH durante o ano. Em 2020, o assunto cresceu e subiu para 28% e em 2021 para 32% e, neste ano, caiu para 17%.
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Na edição 2022 do relatório de tendências, o engajamento da liderança foi apontado na pesquisa como o maior desafio em relação à D&I. Em segundo lugar, ficou a resposta “tornar os processos de recrutamento e seleção mais inclusivos”, e para isso acontecer, é necessário ter todas as pessoas da empresa alinhadas com a estratégia e cientes da importância de investir em tecnologias, processos e ferramentas mais inclusivas.
Daniela Diniz, diretora de conteúdo e relações institucionais do GPTW relata que apesar de parecer elementar falar sobre diversidade, o cenário atual apresentado no mundo corporativo demonstra que é preciso avançar. “Os números mostram que apesar de todos afirmarem que o tema é importante, na prática, esse ano caiu na prioridade corporativa. Apesar de o discurso sobre diversidade e inclusão ganhar forças nos últimos anos, na prática as ações seguem pouco expressivas”, analisa Diniz que também é especialista e acompanha de perto as transformações dos últimos 20 anos do mundo do trabalho.