Com o anúncio de que o ministro da Suprema Corte dos Estados Unidos Stephen Breyer irá se aposentar em 2022, Joe Biden terá sua primeira oportunidade de indicar um substituto e dar um recado ao país – e ao Ocidente – sobre a real importância para o seu governo das questões identitárias.
Durante a campanha presidencial, Biden já disse que queria indicar uma mulher negra para a Corte, por isso há muita especulação nos órgãos de comunicação estadounidenses sobre “the chosen”.
Estão no jogo, segundo reportagem da CNN gringa, Ketanji Jackson, da Corte de Apelações do distrito de Columbia, considerado o segundo mais poderoso tribunal do país. Joe Biden já a promoveu uma vez, o que pode vir a ser um óbice; Leondra Kruger, de 45 anos, a mais jovem integrante do Tribunal de Justiça da Califórnia, indicada para lá em 2014; e Michelle Childs, da Carolina do Sul, indicada por Barack Obama para um juízo federal em 2010.
Se qualquer uma dessas juízas forem confirmadas, será a quarta mulher na atual configuração do Supremo americano, que tem nove ministros, e a primeira negra; há ainda um homem negro, Clarence Thomas, um dos seis conservadores da Corte.
A saída de Breyer, que faz parte da minoria liberal, ou melhor, não conservadora do Tribunal, não muda a configuração de forças da Corte, de maioria conservadora em razão das indicações feitas por Donald Trump.
Assim como no Brasil, a indicação dos ministros à Suprema Corte tem de ser referendada pelo Senado. Como em novembro ocorrem as eleições de “midterm”, com renovação das cadeiras da Casa Alta, é estratégico para os democratas que a indicação seja apreciada antes disso. O partido Democrata, de Biden, pode perder a maioria apertada que mantém no Senado.