Sem resposta para debate, Ciro comenta “bobagens” de Moro sobre Petrobras

Já que não teve resposta de Sergio Moro sobre seu convite para debater tête-à-tête com ele, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) decidiu comentar as entrevistas que o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo da Alvarez & Marsal, a “renomada” empresa internacional que tem como clientes empreiteiras brasileiras que Moro julgou, vem concedendo. Desde novembro, quando se lançou candidato a presidente do Brasil pelo Podemos, o ex-ex-ex recheia sua agenda com essas entrevistas.

Moro concedeu uma hora ou mais de prosa a dois apresentadores do podcast Flow na segunda (24), e Ciro pinçou uma resposta sobre privatização da Petrobras dada pelo ex-ex-ex e jogou-a em sua conta do Twitter. Nela, Moro defende sem peias o instrumento da privatização, inclusive para o caso da Petrobras, embora seja necessário, no caso da petroleira – e pelos vistos somente no caso da petroleira –, “estudar como vai ser esse modelo de privatização”.

“Se tem o setor privado que consegue exercer aquela atividade sem necessidade do Estado, tem que privatizar”, disse Moro, para em seguida perguntar retoricamente: “Onde que você vê [no mundo] que esse modelo se justifica?”

Praticamente no mundo todo, Ciro respondeu.

Ou, literalmente:

“Oitenta de cada cem barris de petróleo do mundo hoje são produzidos por estatais de petróleo”, começou. “Vai anotando aí, Sergio Moro: A Saudi Aramco, maior exportadora, e a PDVSA, da Venezuela, estatais; a Índia é estatal; a China é estatal; a Rússia é estatal; a Noruega é estatal (…) Para um pouquinho para estudar, não fala bobagem para a garotada. Esse assunto é muito grave.”

E por fim: “Ninguém pode trocar monopólio estatal por privado. Em petróleo, ou é estatal ou é cartel das 7 Irmãs. (…)  Sabe qual a consequência dessa sua irresponsabilidade que apenas replica o que Bolsonaro tá fazendo? É a política de preços. Se a Petrobras é na prático monopólio privado, o que ela está fazendo? Ela dolarizou os preços, e a dona de casa nem sequer está mais fazendo comida porque o gás de cozinha aloprou de preço.”

Ao final chamou o ex-ex-ex de “charlatão”.