Revista Poder

Em nova blitz na mídia, Moro fala em “arrebentar polarização” e se nega a informar ganhos

Em entrevista ao “Estadão”, presidenciável do Podemos volta a igualar Lula a Bolsonaro e se recusa a divulgar salários recebidos de consultoria; Ciro Gomes diz que ex-ex-ex “comeu grana” de “condenadas da Lava Jato”

Sergio Moro || Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Sergio Moro não pode reclamar da atenção que a mídia nacional lhe devota. Nesta segunda-feira (24), o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo da Alvarez & Marsal, “renomada” empresa internacional que tem como clientes empreiteiras brasileiras que Moro julgou, iniciou o dia a falar ao Estadão. À noite, deve finalmente conceder entrevista para os apresentadores do podcast Flow.

Ao Estadão, Moro voltou a se contrapor a Bolsonaro e Lula, disse que quer registrar a expressão “arrebentar a polarização” e equalizou seus dois antípodas, como vem fazendo sistematicamente: “As mesmas condições que geraram os grandes escândalos de corrupção do PT estão de volta no nosso tabuleiro [com Bolsonaro]. Aliado a isso nós vemos esse orçamento secreto (…) favorecendo uma relação não muito salutar entre Poder Executivo e Congresso. As velhas práticas estão de volta em um governo que havia prometido superá-las.”

Ao final, instado pela reportagem para dizer quando recebeu da Alvarez & Marsal por seus serviços de consultoria de compliance, declinou. Por ora. O Tribunal de Contas da União, como se sabe, pediu que a empresa revelasse os números.

“Eu vou revelar meu salário, vou apresentar meu imposto de renda, declarar todos meus ganhos. Não mudei meu domicílio tributário do Brasil. Vou inclusive, no registro da futura candidatura, apresentar as declarações no TSE, em transparência ativa. Agora, não me curvo ao abuso. E esse processo no TCU é parte de uma fantasia, sobre algo que não existe.”

Na véspera, no domingo (23), Ciro Gomes, um dos antípodas de Moro, deixou mais uma vez claro que os argumentos do ex-ex-ex jamais o convencerão: “É mais fácil desfritar um ovo do que Moro conseguir provar que não comeu grana da Odebrecht, da OAS e de outras condenadas da Lava Jato. A revelação de que elas são responsáveis por 77,6% do faturamento da empresa de que ele era sócio é apenas o começo.”

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