Não que João Doria precisasse, mas sua campanha presidencial tomou nesta segunda (24) mais uma canhonada de um correligionário. Desta vez ela veio do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que no ano passado já havia se colocado contra as pretensões do paulista ao apoiar o governador gaúcho, Eduardo Leite, durante a gincana doméstica do PSDB que definiu a candidatura de Doria.
Em entrevista ao Valor Econômico, Tasso foi cristalino em ver menos chances no governador paulista em outubro do que na sua companheira de Senado Simone Tebet (MDB-MS).
“A candidata com maior possibilidade de chegar ao segundo turno, na minha opinião e olhando tecnicamente, é a Simone Tebet. É a única que não tem um nível de rejeição impeditivo de crescimento. Além disso, tem um partido grande e forte, o MDB, é mulher e se destacou bastante na CPI da Covid”, disse o senador ao jornal do grupo Globo.
Ganha a eleição, segundo o raciocínio de Tasso, quem tiver menor índice de rejeição, e nisso Doria, com os mesmos níveis de Bolsonaro, gabarita.
“Tenho dito a alguns interlocutores: não estamos em uma disputa de quem é mais aceito, mas de quem é menos rejeitado”, seguiu o senador, que depois afirmou ao Valor que “se ficar solidificada essa posição de Doria [de muita rejeição nas pesquisas], pelo menos abrir conversas com outros candidatos é importante, inclusive com a Simone Tebet. (…).
“Nada disso que estou falando é uma questão de preferência pessoal. É baseada nos números. Vai ter que ter desprendimento daqui para frente, percepção e autocrítica de todos.”
Tasso também disse ao matutino que deixa a vida política ao cabo de seu mandato no Senado, em fevereiro de 2023.