Revista Poder

Pregão de R$ 500 mil com kit de manicure coloca Exército de novo na berlinda

Depois da picanha com cerveja e do regime previdenciário especialíssimo, é a vez de o comando da arma requerer itens de higiene pessoal supérfluos

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira || Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pegou muito mal a informação de que o Exército Brasileiro vai gastar mais de R$ 500 mil para comprar, entre outras coisas, um kit completo de manicure, com direito a estojo personalizado para o comandante, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, com direito a brasão do Exército e a inscrição Gabinete do Comandante na caixa.

O custo dessa gracinha foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (17) e o pedido do pregão eletrônico é o 21/2021, endereçado ao ministério da Defesa.

Após burburinho no Twitter, a equipe de Paulo Sérgio recebeu um ofício do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, com um pequeno questionário sobre a necessidade de itens de higiene pessoal tão específicos.

Muito específico, o pedido de compra solicita, em meio a outros itens, “kit manicure 9 peças em estojo de couro sintético preto, detalhe em M em vermelho. Parte interna em veludo, possui: cortador de unha, tesoura, 2 cortadores de unha, empurradores de unha, empurrador de cutícula, removedor de cutícula, espátula, pinça e lixa”.

O constrangimento, mais um para a ala militar, tem feito a cúpula das Forças Armadas reconsiderar, mais uma vez, os cargos públicos que são ocupados hoje pelo alto escalão. Existe um mal-estar enorme sobre a quantidade de luxos e regalias que têm sido concedidos aos quartéis, como aumento de salário e de verba para comprar picanha e cerveja para consumo dos soldados.

Isso sem falar no regime previdenciário especial, conquistado sem mais aquela quando boa parte dos brasileiros amargaram mais cinco anos de contribuição para chegar ao mesmo lugar de antes.

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