Revista Poder

Um ano após saída da Ford, “grande fazenda” de Rui Costa vai se concretizando

Governador da Bahia havia criado imagem de um país exclusivamente rural quando montadora anunciou fechamento de fábricas do Brasil; em 2022, preocupação é com chuva e Ômicron

Rui Costa e linha de produção da Ford em Camaçari (BA) || Crédito: Divulgação/Governo da Bahia/Divulgação/Ford

Há exatamente um ano, a montadora transnacional Ford anunciou que estava a fechar suas unidades fabris do Brasil, encerrando uma atividade que durou cerca de um século. O governador da Bahia, Rui Costa, lamentou a saída da empresa, que tinha em Camaçari, na Grande Salvador, seu maior complexo industrial.

Na ocasião, Costa cunhou a definição que vai ganhando a cada dia cada vez mais verossimilhança: “o Brasil está se tornando uma grande fazenda”. “Não há planejamento. O que pensamos nos últimos cinco anos para aumentar o investimento em tecnologia e a industrialização? Nada. Estamos satisfeitos em nos tornarmos uma grande fazenda”, disse o governador à Folha de S.Paulo na ocasião.

Pois bem: um ano depois, o governador está muito mais preocupado com o reerguimento das cidades parcialmente destruídas pelas chuvas que caem na Bahia desde dezembro e pelo avanço da variante Ômicron do novo coronavírus, que campeia na Bahia. Nesta terça (11), Costa foi ao Twitter para comunicar novas restrições a eventos públicos e talvez a eventos particulares.

Nada sobre a Ford, que foi lembrada em reportagem da Folha. Nos números coligidos pelo matutino, há os valores de salários de funcionários da Ford e de fornecedores que deixaram de circular em Camaçari, estimado em R$ 20 milhões. O índice de desligamento de alunos de escolas e faculdades particulares chegou a 50%.

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