Disposto a comprar briga para controlar o apetite do Centrão, interessado em abocanhar ainda mais ministérios, o presidente Jair Bolsonaro informou aos aliados que não abre mão de indicar ministros para as pastas da Saúde, Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional.
Os ministérios são estratégicos pelo volumoso repasse (juntas, consumiram cerca de 20% de todo o Orçamento de 2022) que podem fazer a prefeitos pelo Brasil, garantindo apoio e palanque para a campanha de 2022. Na Saúde, que está já em seu quarto ministro, o pensamento é de que é melhor controlar a narrativa e ter um aliado negacionista segurando as pontas em sua peleja contra o bom-senso e a ciência.
Especula-se que 12 dos 23 ministros deverão deixar a Espanada no comecinho de abril, prazo da desincompatibilização para quem quiser concorrer em outubro. O próprio Jair Bolsonaro aposta nesse êxodo de mais de 50% de seus aspones.
PODER Online coloca na caderneta de apostas a saída de Fábio Faria (Comunicações), Tereza Cristina (Agricultura), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência Social).
Um dos poucos políticos que deve permanecer como ministro é o senador licenciado Ciro Nogueira, hoje chefe da Casa Civil. Eleito em 2018, seu mandato no Senado vai até 2027. Aí é fácil.