Quando se fala em PVC, logo vem à cabeça tubos e conexões. De fato, o PVC é usado em larga escala na construção civil. Mas são tantas outras as aplicações possíveis que este tipo de plástico, muito presente na vida das pessoas, bem que poderia roubar o famoso slogan das 1001 utilidades.
Fios e cabos elétricos, pisos, janelas, películas para embalar alimentos, bolsas de sangue, blisters, mangueiras de jardim, estofamento de automóveis, brinquedos, calçados. Na pandemia, o PVC ajudou a população a combater a transmissão do coronavírus empregado na produção de escudos faciais (face shields), aventais, luvas cirúrgicas, tapetes sanitizantes e vários outros produtos, como a tela de proteção que separa você do motorista de aplicativo. O material é versátil, resistente à maioria dos reagentes químicos, bom isolante térmico, elétrico e acústico, sólido, impermeável a gases e líquidos, resistente às intempéries (sol, chuva, vento e maresia) e tem um ciclo de vida útil de, em média, 60 anos – podendo chegar a 100 anos.
“A demanda por PVC está muito atrelada ao ritmo da atividade econômica”, explica Alexandre de Castro, diretor comercial de PVC da Unipar, a segunda maior fabricante da América do Sul com capacidade para produzir 540 mil toneladas/ano.
“É uma gama enorme de aplicações, mas o grande consumidor é o setor de construção e infraestrutura. Em geral, cerca de 70% da demanda no mercado nacional vai para o setor”, revela o executivo, prevendo um bom crescimento em médio e longo prazos diante da aprovação do novo Marco Legal do Saneamento Básico. Sancionado em julho de 2020, com a proposta da universalização dos serviços sanitários de água e esgoto – são estimados investimentos entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões até 2033 para a construção de 340 mil km de tubulações de esgoto e mais de 70 mil km de tubulações para água potável.
Além dos usos tradicionais, a expansão do mercado se baseia em termos comparativos. Segundo Castro, na América do Sul, o consumo per capita de PVC gira entre 2,5 quilos e 4 quilos por habitante ao ano, enquanto em alguns países da Europa, no Japão e nos Estados Unidos, esse número pode chegar a 12kg. Por isso, como forma de incentivar o desenvolvimento de novas utilizações, a Unipar montou laboratórios em suas fábricas em Santo André, São Paulo,e Bahía Blanca, na Argentina, que concentram as produções de PVC.
Além de possibilitarem soluções customizadas para as necessidades dos clientes, servem como base de pesquisa e teste para novos produtos que levam o insumo na composição. Tudo isso com o objetivo de promover inovação que beneficie não apenas a indústria, mas também a sociedade.
“O PVC está na base da indústria. Muitas vezes as pessoas não fazem ideia de como esse é um produto que toca a nossa vida. Considerando sua versatilidade, estudamos diversas aplicações já em linha com tendências globais. Pensando nisso, os laboratórios estão à serviço de nossos clientes, que não precisam parar a linha de produção para testarem ou desenvolverem produtos”, completa Castro.