O título de último ditador da Europa dado ao presidente de Belarus, Alexandre Lukashenko, talvez seja injusto com alguns homólogos seus que também aspiram à comenda.
Mas se talvez não esteja sozinho na tentativa de fazer do Velho Continente um lugar pior, Lukashenko sabe usar as ferramentas autocráticas como poucos. Nesta terça (14), um de seus opositores, o youtuber Serguei Tikhanovsky, foi condenado a nada menos do que 18 anos de prisão.
Pesou contra Tikhanovsky atribuições de crimes eminentemente políticos, tais como “incitação ao ódio”.
Outros corréus no processo de Tikhanovsky também foram condenados por crimes análogos. Depois de ser preso, a bandeira de Tikhanovsky foi assumida por sua mulher, Svetlana Tikhanovskaya, que tentou disputar as eleições contra Lukahsenko e, com isso, para não ser presa, precisou se exilar.
Aos 27 anos de poder, o ditador de Belarus também se notabilizou recentemente por oferecer vistos de imigração para populações de países do Oriente Médio como Síria e Iraque, que, ao chegar a Belarus, tentaram passar para países vizinhos como Polônia, Letônia e Lituânia, sendo barradas nas fronteiras.
A distribuição de vistos obedeceu a uma estratégia de contra-ataque de Lukahsenko à União Europeia, que repreendeu o ditador pelo modo heterodoxo, digamos, de se servir da força militar contra seus oponentes.