Não deixa de ser uma escolha de Sofia. O que é melhor? Receber o governo de uma estadista reconhecida como uma das melhores do mundo, alguém que dificilmente seu sucessor conseguirá superar em feitos e popularidade; em contrapartida, ganha o país arrumado; ou, por outra, suceder alguém que destruiu a economia, usou o poder como plataforma de interesses pessoais – e que claramente, por impossibilidade lógica, seu sucessor será necessariamente melhor?
O novo premiê alemão, Olaf Scholz, 63 anos, não teve de responder a essa pergunta, mas a responsabilidade de dar continuidade aos 16 anos de comando de Angela Merkel deve pesar-lhe um tanto nos ombros.
Scholz, referendado nesta quarta (8) para o comando da Alemanha pelo parlamento de seu país, tem, não obstante, seus trunfos. Ex-vice de Merkel e também ex-ministro das Finanças em seu governo, ele chega ao posto de premiê apoiado numa coligação inédita, que tem protagonismo dos Verdes e da social-democracia. Assim, parte, de cara, com discurso e objetivos bastante contemporâneos, como o combate ao apocalipse climático e uma visão renovada sobre o Estado indutor.
Por outro lado, assume em meio à escalada do conflito entre Ucrânia e Rússia e após o diálogo bastante duro entre os presidentes Vladimir Putin e Joe Biden, ocorrido nesta terça (7).
Em curto discurso nesta quarta, Scholz, saudou Merkel como “grande chanceler” e agradeceu pelo “relação de confiança” que mantiveram ao longo dos anos.
Segundo noticiou a agência Reuters, ele falou também em construir uma “mentalidade alemã nortista”, aproveitando sua presença na cidade portuária de Hamburgo, no norte do país. “Nada vai mudar muito em relação a isso.”