A autoconfiança do governador paulista é um negócio a ser estudado. Mesmo sem possuir aquilo que os atores políticos consideram condição sine qua non para o fazer político, que é a capacidade de aglutinar, agregar, reunir outras lideranças em torno de si, Doria jamais hesitou em sustentar um discurso vitorioso.
E ele vem acumulando vitórias. Está invicto em eleições – ganhou 100% das que disputou, ainda que apenas duas, mas ambas majoritárias; e está invicto nas prévias eleitorais do PSDB, a gincana doméstica de seu partido, rinha que já venceu três. Sábado (27) ele triunfou sobre o adversário gaúcho Eduardo Leite e, ato contínuo, partiu para a ação.
Passado o fim de semana, seguiu a ditar o noticiário, então com a divulgação de nomes de um possível ministério. Nada menos notícia, nada mais pastel de vento, aliás, que citar seu secretário Henrique Meirelles, como Doria fez, mas aí o problema é da imprensa.
Nesta quarta (1º), o governador seguiu a dropar a onda.
Segundo a Folha de S.Paulo, Doria acaba de atrair para seu palanque o apresentador José Luiz Datena, que vem praticamente desde que nasceu soltando balões de ensaio do que pode vir a ser sua carreira política – inclusive coisa nenhuma, ou seja, manter-se apresentador de TV em 2022.
Datena, afiança o jornal, fechou com Doria para apoiá-lo a presidente da República; e a formar com Rodrigo Garcia, hoje vice-governador de São Paulo, na corrida pelo Bandeirantes ano que vem. A qual cargo Datena irá concorrer e, mais, por qual partido, mistério.
Mas não importa: um dia cotejado pelo bolsonarismo, Datena está agora com um dos mais vocais oponentes do atual presidente.