Revista Poder

Doria vence gincana doméstica e, em discurso, ataca Lula e Bolsonaro

Ao derrotar Eduardo Leite e viabilizar-se como candidato presidencial pelo PSDB, governador paulista faz gestos de união, infla números tucanos, sonega Bolsodoria e busca posição entre primeira e segunda vias

João Doria || Crédito: Reprodução/PSDB

A gincana doméstica do PSDB chegou a termo no sábado (27) com a vitória do governador paulista João Doria. Ele está invicto nesse tipo de reality show interno da sigla, tendo vencido anteriormente e se qualificado como candidato a prefeito de São Paulo e candidato a governador do estado pela sigla.

A disputa de 2021, para presidente da República, foi bastante apertada, e houve confusões ao longo da semana, quando o aplicativo original falhou e tiroteio entre os adversários. Assim, Doria, logo após ter a vitória oficializada, obrigou-se a adotar uma postura de estadista: fez gestos em direção ao adversário interno, o governador gaúcho Eduardo Leite, enalteceu o PSDB e tentou falar grosso, sequioso de protagonismo diante de gente mais graúda.

Em seu discurso de vitória, disse: “As prévias chegaram ao fim com três candidatos e 1,4 milhão filiados vencedores. O PSDB sai fortalecido. É o único partido a promover esse amplo processo democrático”, desconsiderando que apenas 2% desses 1,4 milhão efetivamente votaram na gincana.

Depois de citar rapidamente as realizações dos demais governadores do PSDB – e bastante de si próprio à frente do Bandeirantes –, partiu para o ataque a Lula e Bolsonaro. “Os governos Lula e Dilma representaram a captura do estado pelo maior esquema de corrupção do qual se tem notícia no país. A moralidade convertida em roubalheira. Fazer políticas públicas para os mais pobres não dá direito, a quem quer que seja, de roubar o dinheiro público”.

“Bolsonaro vendeu um sonho e entregou um pesadelo. Nosso fraterno Brasil se transformou no Brasil da discórdia, da desunião, do conflito, da briga entre familiares e amigos, da arrogância política. Da violência contra a democracia. Dos ataques à imprensa e a jornalistas”, disse, sem lembrar, claro, que fez parte desse “sonho”, ao aderir docemente à candidatura do atual presidente, no infame Bolsodoria.

E arrematou: “Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos. Corações e mentes pelo Brasil. Vamos em frente. Venceremos a corrupção e a incompetência. Venceremos as trevas e o negacionismo. Resgataremos a esperança e vamos juntos, unir o Brasil e os brasileiros.”

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