Revista Poder

Ao demonizar ONGs, nacionalismo chinês repete práticas de Bolsonaro

Militantes veem agenda anti China em sugestão à redução de consumo de carne e atacam Ocidente, num repeteco, com sinais trocados, da xenofobia bolsonarista

Crédito: Agência Brasil/Beto Barata

Dirigentes chineses certamente não têm Jair Bolsonaro nem o Brasil dos anos 2019-2021 em muito boa conta, mas algumas idiossincrasias próprias do brasileiro são semelhantes entre certas autoridades do velho Império do Meio.

A demonização das ONGs, por exemplo. Nacionalistas chineses veem como verdadeiro atentado à nação certos esforços recomendados à sociedade chinesa c0m vistas à redução da emissão de gases do efeito estufa. Como noticiou a agência Bloomberg, a plataforma de mídia PaperClip, voltada para questões de ciência, foi obrigada a sair do ar por propor a redução do consumo de carne e receber, ato contínuo, a pecha de “anti chinesa” por parte massiva da opinião pública.

Não ajudou a revelação de que a PaperClip mantém ligações com a World Wide Fund for Nature, ONG baseada na Suíça.

Curiosamente, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, envolveu-se em diversos bate-bocas com o palácio do Planalto e com o deputado federal Eduardo 03 Bolsonaro (PSL-SP), que papagueando Donald Trump, já associou a China a práticas dignas de gênios do mal.

Em sua mais recente postagem no Twitter, Wanming celebra ter recebido livro do historiador Marco Antonio Villa, um muito vocal crítico de Jair Bolsonaro. O livro se chama Um país chamado Brasil.

 

 

 

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