Num hipotético campeonato de quem conta mais vantagens entre Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, melhor para o apostador é cravar triplo – se fosse na roleta, valeria cobrir o “zero”. É difícil saber quem vai descumprir primeiro o acordo que levou Jair Bolsonaro ao PL, se é que os dois personagens chegaram mesmo a algum tipo de acerto formal.
A filiação do presidente da República ao PL presidido por Valdemar, marcada após rumoroso adiamento para a próxima terça (30), está vinculada, segundo todos os analistas políticos, a rearranjos de palanques estaduais para 2022. Valdemar teria levado o PL a apoiar o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, o atual vice-governador Rodrigo Garcia; e a fechar com ACM Neto na Bahia.
Tudo isso seria revisto com a entrada de Bolsonaro & Sons no partido. Mas uma avaliação mas pertinente pondera que, embora a entrada da primeira família possa ser interessante para formar uma bancada de deputados federais numerosa para o PL – e com isso a possibilidade de gerar mais metal sonante para a legenda –, é o presidente que talvez tenha de comer na mão de Valdemar, engolindo os acordos adrede amarrados.
O apoio na Bahia a Netinho, um dos pactos que subiria no telhado, contra o incumbente PT de Rui Costa e Jaques Wagner, talvez corra mesmo riscos. O futuro União Brasil, fruto da união do DEM com o PSL, está louquinho para fechar com o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou Sergio Moro, cuja legenda, o Podemos, é nanica. O problema é que boa parte dos componentes desses dois partidos, o DEM e o PSL, é bolsonarista.
O presidenciável pelo DEM mais disposto a abrir mão da própria candidatura, Luiz Henrique Mandetta, foi à Globo News na tarde desta quinta (25) para negar que tivesse renunciado à corrida de 2022, como plantado pelo fogo amigo (isto é: Luciano Bivar, presidente do PSL). Mas não que isso não possa ser feito prontamente caso surja um nome consensual, mais capaz…
Etc., etc.
As próximas semanas vão ser divertidas.