Desde que se filiou grandiosamente ao partido Podemos na quarta (10), Sergio Moro vem ocupando espaço privilegiado na mídia brasileira. Nesta terça (16), em entrevista chapa-branquíssima ao apresentador global Pedro Bial, o ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex- consultor a soldo das empresas que ele mesmo julgou declinou o nome do economista Affonso Celso Pastore como um dos colaboradores do time do “projeto” que abraçou.
(Assim como não consegue pronunciar a palavra “desculpas”, preferindo “escusas”, o ex-ex-ex Moro usa “projeto” no lugar de “candidatura”.)
Pastore, que já foi presidente do Banco Central do ciclo militar e recentemente foi atacado pelo ministro da Economiazinha, Paulinho Guedes – claramente um sinal de prestígio –, foi procurado pelos jornais, e, ao Estadão, disse que Moro “tem uma noção muito clara dos problemas econômicos e é capaz de colocar perguntas inteligentes que encaminhem a discussão para respostas que façam sentido.”
“É uma coisa muito diferente de uma relação de economista com alguém que não entende nada e não quer entrar na discussão”, em referência clara a Bolsonaro e seu postinho Ipiranguinha da campanha de 2018.
Na entrevista ao Estadão, o economista citou expressões que açulam o pensamento liberal médio brasileiro neste momento de profunda avacalhação do Teto de Gastos e dos preceitos do equilíbrio fiscal.
Citou “arcabouço macroeconômico para refazer a responsabilidade fiscal”, “desenvolvimento econômico” e “melhor distribuição de renda”, reforma tributária, claro, e “Estado com funções sociais extremamente importantes”.