Revista Poder

Em almoço privê para Moro, joalheira bolsonarista ma non troppo pede Mourão na chapa de ex-juiz

Presente a almoço que celebrou a filiação de Moro ao Podemos, Lydia Sayeg vê vice com a “mesma ética” do ex-juiz, ex-ministro e ex-consultor de empresas que ele mesmo julgou e condenou

Se depender da joalheira Lydia Sayeg, da Casa Leão, a chapa presidencial de Sergio Moro em 2022 terá um vice que já possui expertise como número 2: Hamilton Mourão.

Sayeg esteve entre os convidados do almoço oferecido pela presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu, à sua nova joia (política) Sergio Moro. O evento ocorreu na quarta (10), logo após a solenidade de filiação ao Podemos do ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo de empresas que ele mesmo julgou – e condenou – na Lava Jato.

Também estiveram presentes o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e um ex-companheiro de ministério de Moro, o general Santos Cruz, outro neodetrator de Bolsonaro. A joalheira falou sobre o encontro com PODER Online.

PODER Online – Você estava no almoço de Renata Abreu. Do que se falou?

Lydia Sayeg – Foi um almoço muito rápido e muito simples, porque todos lá são muito simples no viver e no conviver. Ficamos no apartamento funcional da Renata Abreu, muito receptiva e muito normal. Comentamos como [o evento de filiação de Sérgio Moro ao Podemos] foi bom, como ele falou com tranquilidade. O Sergio não está aqui para ser eleito ou para ser presidente, a missão de vida dele é cuidar do Brasil. 

PODER Online – Você apoia Moro há muitos anos. Acredita que ele será a escolha da elite brasileira, da qual a senhora faz parte?

LS – O meu pensamento vai muito ao encontro do dele. O que se arrecada no Brasil, dá [para prestar melhores serviços à população]. As pessoas com quem me relaciono querem isso, ninguém vive bem sabendo que o povo está na miséria. Acho que [o cenário] está muito dividido, parte da elite ainda gosta muito do Bolsonaro. Acho que metade, metade. Os princípios do Bolsonaro daquela época foram construídos em cima do Sergio Moro. Todas as manifestações tinham ele no meio, aquele boneco do Moro com super herói. Mas o nosso querido presidente, ele é querido, teve de tomar algumas decisões muito difíceis. Ele fugiu do propósito. 

PODER Online – Se pudesse escolher um vice para Moro, quem seria?

LS – [Hamilton] Mourão seria um sonho. Eu sou muito fã do Mourão. Existem pouquíssimos generais no Brasil. Vamos supor que sejam cem. Dos 200 milhões de brasileiros, só cem chegaram lá. O preparo é enorme, eles são estudiosos, passaram por tudo. Mourão é especialista em Amazônia, sabe lidar com tudo, sabe até lidar com o presidente (risos). Sabe se apresentar em qualquer lugar do mundo, lida bem com o Exército, é um homem forte, correto e com a mesma ética do Moro.

PODER Online – Entrará para a política?

LS – Não. Já me perguntaram várias vezes, mas eu provavelmente teria um AVC no primeiro mês (risos). Fico muito envolvida emocionalmente. Sou uma mulher indignada. Gosto das coisas muito certinhas, e não existe isso na política. Eu morreria por indignação. Não tenho capacidade para assumir ministério, por exemplo. Eu posso ser uma ótima conselheira, mas não tenho capacidade de atuar como política.

PODER Online – Há crise no mercado de luxo brasileiro? 

LS – Não, a crise não chegou aos mais ricos. A elite ficou dois anos presa em casa. Não viajou, gastou dentro de casa. Aqui, consumiu o produto brasileiro, e isso inclui a joia brasileira, graças a Deus. Minha grande briga sempre foi para ‘abrasileirar’ o mercado, confeccionar aqui, pagar impostos aqui e vender aqui. O mercado de joia movimenta uma quantidade de trabalhadores que você não faz ideia.

Sair da versão mobile