Revista Poder

Câmara do Chile aprova pedido de impeachment de Piñera após revelações do Pandora Papers

Investigação jornalística que também mostrou contas em paraísos fiscais de Paulo Guedes acua presidente do Chile a quatro meses do fim de seu mandato

Sebastián Piñera || Crédito: Gobierno de Chile

Não se sabe quantos pedidos de impeachment além dos 130 já existentes ainda são necessários, quantos outros crimes de responsabilidade devem ser cometidos e quantos mais nacionais precisam morrer fruto de omissão ou má gestão na pandemia para que o presidente brasileiro seja impichado, mas no Chile a conta é mais singela.

No Chile basta estar encrencado no Pandora Papers que o sarrafo vem.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça (9) pedido de impeachment contra o presidente Sebastián Piñera. O processo tem de ser aprovado também no Senado e o argumento jurídico utilizado é a “violação do princípio de probidade e do comprometimento grave da honra da nação”.

A revelação que deu start ao processo faz parte do conjunto copioso de informações compiladas por jornalistas investigativos no chamado “Pandora Papers”, que também revelou a existência das empresas que o ministro da Economia, Paulinho Guedes, mantém em paraísos fiscais.

No caso de Piñera, ele teria vendido uma mineradora pertencente à família em 2010, durante seu primeiro mandato presidencial, e seu comprador teria se beneficiado de pedido para que não fosse criada área ambiental na região de atuação da empresa. O pagamento estaria condicionado ao atendimento dessa solicitação. O Ministério Público do país investiga o caso.

Piñera, como Paulinho, alegou que já não mantinha relação com a gestão da empresa.

O mandato do presidente expira em março de 2022. Ou seja, o argumento bastante ouvido no Brasil, de que um processo de impeachment a tão pouco tempo do fim do termo presidencial de Bolsonaro seria prejudicial ao país, não encontra eco no Chile.

 

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