Se alguém tinha dúvidas de que o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) poderia ter problemas de gestão ou de relações políticas por conta de sua juventude – tem 36 anos –, essas dúvidas devem ter se dissipado.
Além de empreender as reformas administrativa e previdenciária de que seu estado carecia – apesar de João Doria dizer mais de uma vez que é o “único governador” dentre os atuais a ter promovido uma reforma administrativa –, Leite vem sendo capaz de gerir o Rio Grande do Sul numa coalizão que equilibra forças à direita e à esquerda. Nem mesmo a pauta reacionária ainda levada a cabo pela direita brasileira parece incomodá-lo.
(Leite é um alvo óbvio, ainda mais depois de este ano ter publicamente se declarado gay).
Pois bem, os últimos dias têm sido luminosos para ele. Além de uma passagem rápida, mas aguda, por Glasgow, na COP-26, e a posterior publicação de um texto de própria pena no jornal O Globo dando conta do que fez lá, o governador acaba de colher apoios no quintal do adversário João Doria, com quem disputa as prévias presidenciais do PSDB ainda neste novembro.
Orlando Faria, secretário de Habitação da cidade de São Paulo, cidade governada por Ricardo Nunes (MDB), aliado de Doria, e o vereador paulistano Alberto Nomura, fiéis brunocovistas, declararam apoio a Leite em encontro nesta segunda (8), em São Paulo. A foto que celebrou o acordo ainda teve o anfitrião da operação, o também vereador paulistano Xexéu Trípoli, que já havia anunciado apoio a Leite.