Quando ainda era deputado federal – ele o foi por sete mandatos, que não pareceram suficientes para que as pessoas duvidassem de que em 2018 ele encarnasse a “nova política” –, Jair Bolsonaro atacou sem peias o Bolsa Família. Em 2010, chamou o programa de Bolsa-Farelo.
Nas voltas que o mundo dá, o presidente agora se vê dependente das cartas marcadas de Arthur Lira e come na mão do alagoano para dar luz a seu próprio Bolsa Família, versão corrida presidencial 2022 – o Auxílio Brasil.
Não foram poucas as vezes também que Bolsonaro e apaniguados associaram os beneficiários do Bolsa Família à inapetência e à vadiagem, discurso que ainda encontra eco no empresariado mais retrógrado do país.
Pois bem, nos Estados Unidos talvez a tacanha associação hoje se aplique.
É virtualmente impossível andar por um mísero quarteirão de alguma cidade dos Estados Unidos sem reparar nas muitas placas com a inscrição “we are hiring” (estamos contratando). PODER Online contou-as às dezenas, talvez centenas, em Boston e na vizinha Cambridge, estes dias.
Mesmo assim, o desemprego nos Estados Unidos aumentou ligeiramente em outubro. A força de trabalho neste momento tem 3 milhões de pessoas a menos do que tinha antes da pandemia. E isso com o pagamento médio por hora tendo crescido 4,9% em comparação a outubro de 2020.
A razão, segundo especialistas ouvidos pela agência Reuters, está nos gordos benefícios pagos durante a pandemia – dentro do plano trilionário de Joe Biden –, a impossibilidade de executar trabalho presencial e ainda certo receio do vírus.
Dados compilados pela agência mostram que 104 mil pessoas foram empregadas em outubro, mas havia 10,4 milhões de vagas abertas em agosto.