Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem se notabilizado por tourear e jogar para as calendas a apreciação, pela comissão que preside, da indicação para o STF do ex-AGU terrivelmente evangélico André Mendonça.
Mesmo assim, Jair Bolsonaro, a quem como presidente da República cabe a indicação dos ministros do Supremo, parece já ter se agastado mais com Alcolumbre por conta desse assunto. Recentemente, em mudança de postura, até elogiou o parlamentar, com quem desfrutou de mais intimidade nos dois primeiros anos de seu mandato, quando Alcolumbre presidia o Senado.
Mas, coincidentemente ou não, nestes entretantos estouraram escândalos que envolvem o senador. O desta sexta-feira (29) é um possível esquema de rachadinhas – da mesma natureza dos investigados nos gabinetes de todos os Bolsonaro – que beneficiaria fiduciariamente Alcolumbrei
O esquema foi revelado pela revista Veja, um dos veículos de imprensa que tem acesso a Jair Bolsonaro.
Alcolumbre emitiu nota nesta manhã de sexta-feira, dizendo-se vítima de “campanha difamatória sem precedentes”. Eis um extrato:
“Primeiro, fui acusado de ser um intolerante religioso (um judeu contra um evangélico), depois um áudio, de quase 10 anos atrás, foi divulgado em uma narrativa venenosa e maldosa de algo que nunca aconteceu.
Na sequência, uma operação da Polícia Federal, iniciada em 2020 e com desdobramentos somente agora, em vários estados, onde apenas um nome foi citado e amplamente divulgado: o meu. Operação na qual não sou investigado.
Agora, novamente, sou surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e até mesmo o repudiável confisco de salários.
Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem.”