Seria fácil dizer que o bode da sala da absolvição pelo TSE da cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, que fez largo uso de compartilhamento ilegal de fake news durante a campanha presidencial de 2018, foi o deputado estadual paranaense Delegado Francischini (PSL).
De qualquer forma, no mesmo dia em que Bolsonaro-Mourão se livraram por unanimidade, por conta de certa insuficiência de provas, Francischini se tornou o primeiro parlamentar cassado por abuso de autoridade por disseminar fake news. No primeiro turno das eleições de 2018, o deputado disse, sem apresentar provas, em live própria que houve “fraudes nas urnas para impedir a vitória de Jair Bolsonaro”.
“Precisamos passar a mensagem clara que não é possível, no dia das eleições, se difundir falsamente informações de que as urnas são fraudadas, tirando a credibilidade das eleições e atacando a Justiça Eleitoral”, disse o atual presidente do TSE, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso.
“Essas milícias digitais continuam se preparando para disseminar ódio (…) e destruir a democracia”, disse seu companheiro do STF Alexandre de Moraes.
Jair Bolsonaro já dedicou uma de suas lives de quinta-feira para igualmente indicar fraude do sistema eletrônico de voto. Agora há precedente e jurisprudência para que o sujeito que fizer isso perca o mandato.
Francischini publicou vídeo em sua conta do Twitter para dizer que irá recorr erao STF e que é um homem com “honestidade de propósitos”.