Revista Poder

Em dia de João Ferrador, Bolsonaro veta distribuição de absorvente e dá sobrevida à cloroquina

Presidente aprova projeto de proteção à saúde menstrual mas elimina entrega gratuita do produto, alegando que há quebra do “princípio de universalidade”

Jair Bolsonaro e Lula || Crédito: Isac Nóbrega/PR/Reprodução

Esta quinta-feira (7) amanheceu pródiga em polêmicas promovidas por Jair Bolsonaro. Com o espírito do velho personagem fictício João Ferrador, o sindicalista que dizia “Hoje eu não tou bom”, ele mandou brasa.

De início, houve o veto à distribuição de absorventes menstruais a mulheres de baixa renda. Ele sancionou projeto que instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, mas fez questão de acabar com a entrega gratuita do produto.

Uma das justificativas é a de que os absorventes não constam na lista do SUS de medicamentos considerados essenciais e que, destinado às mulheres, não atende “ao princípio de universalidade do sistema de saúde”. Pesado.

A deputada federal Tabata Amaral, que celebrou a aprovação do projeto no Congresso, especialmente em razão da distribuição dos absorventes, escreveu em sua conta no Twitter que [Bolsonaro] “mostra seu desprezo pela dignidade das mulheres vulneráveis e pela luta da sociedade contra a pobreza menstrual”.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, convidado da Live de Poder desta quarta (6), também se manifestou pela mesma rede social:

“Tem que ser muito desumano para vetar um projeto de lei que fornece gratuitamente absorvente para mulheres de baixa renda. Eu tento entender o que passa na cabeça do Bolsonaro. Essa não é uma pauta ideológica, de costumes, nada, é um gesto de cuidado, de olhar ao próximo.”

Além desse tema, o presidente teria pressionado seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que o Conitec, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias, no Sistema Único de Saúde (SUS), não produzisse documento que atesta que os medicamentos do kit Covid são ineficazes contra a Covid-19.

Deu certo. O colegiado retirou da pauta desta quinta (7) o relatório que aprovaria a peça.

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