Este mês um dos hotéis mais tradicionais do mundo comemora seus 90. O Waldorf Astoria abriu suas portas pela primeira vez em 1931, na Park Avenue, em Nova York, tornando-se o maior e mais alto hotel de luxo na época. Suas instalações art déco foram cenários de pomposas festas para o high-society norte-americano e também local de conferências históricas que reuniram alguns dos mais importantes políticos internacionais. Celebridades chegaram a morar em seus quartos, enquanto todos os presidentes dos EUA, de Herbert Hoover a Barack Obama, ocuparam a suíte presidencial.
Fechado nos últimos quatro anos e meio, passou por uma reforma de mais de US $ 1 bilhão depois que foi comprado por US $ 1,95 bilhão em 2014 pelo Anbang Insurance Group da China (agora Dajia Insurance Group). Enquanto partes do hotel estão sendo restauradas – alguns quartos e o Grand Ballroom são protegidos pela Comissão de Preservação de Marcos de Nova York -, grande parte do edifício está sendo inteiramente refeito para reabrir em grande estilo. E, pela primeira vez, o Waldorf Astoria oferecerá apartamentos residenciais para quem quiser comprar. “Na seção em que trabalhei, não havia nada que fosse marcado, então não havia um ponto de partida, não havia nada a preservar”, conta Jean-Louis Deniot, designer francês encarregado de criar os novos apartamentos. “Eu queria ser mais modernista… mais fresh, mas ainda assim manter os pés no chão”. Os quartos, por sua vez, estão sendo restaurados por Pierre-Yves Rochon e vão manter o luxo dos áureos tempos.
Quando o Waldorf Astoria for reaberto em 2023, terá 375 quartos de hotel e 375 unidades de condomínio. Os apartamentos à venda variam de estúdios a até quatro quartos, com valores que começam em a partir de US $ 1,8 milhão e vão até US $ 18,5 milhões. Isso sem falar nas duas coberturas, cujos preços não foram divulgados. Entre as áreas úteis, acessíveis apenas aos residentes, está a piscina Starlight com 26 metros de comprimento e o Winter Garden, bar e lounge transformado em um oásis verde.
Em seu apogeu, o hotel batizou suítes com os nomes de Elizabeth Taylor e Winston Churchill, depois que eles se hospedaram lá, e Angelina Jolie e Brad Pitt mantiveram um apartamento nas Torres por mais de uma década. Outros residentes famosos de longa data do Waldorf incluem Frank Sinatra e o compositor Cole Porter, que permaneceram na Suite 33A – Porter por 30 anos, até sua morte em 1964, e depois em Sinatra nos anos 1970 e 1980. Enquanto isso, Marilyn Monroe habitou a Suite 2728 durante grande parte de 1955, pagando US $ 1.000 por semana.
O Waldorf manteve alguns de seus objetos mais famosos ao longo dos anos, incluindo o piano Steinway 1907 de Porter. Ele, junto com os murais do hotel, os mosaicos e o relógio de três metros do saguão – uma peça do século 19 encomendada pela Rainha Vitória para a feira mundial de 1893 em Chicago – também serão restaurados. Junta-se a eles uma nova coleção de obras de arte com curadoria do leiloeiro e negociante de arte Simon de Pury, exibida nas instalações compartilhadas. A coleção apresentará apenas obras de arte originais, incluindo peças de artistas emergentes como o escultor taiwanês canadense An Te Liu, o artista coreano Minjung Kim e o pintor suíço Philippe Decrauzat. “Noventa e cinco por cento dos projetos de hotéis em todo o mundo apresentam impressões e reproduções”, pontua de Pury. “A arte original parece muito mais pessoal. Fizemos questão de selecionar trabalhos que realçassem a arquitetura e a decoração.”