A escolha do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) como relator da PEC dos Precatórios é um indicativo de que Centrão, seu representante máximo na Câmara, Arthur Lira, e o governo Bolsonaro querem fazer virar a emenda.
Sem ela, a viabilidade de ter alguma folga fiscal para produzir o Auxílio Brasil é igual a zero.
Motta tem 11 anos de experiência na Casa e habilidade suficiente para acelerar projetos sem se envolver em confusão. O deputado foi relator de 70 projetos, média de um a cada dois meses, e não teve grandes problemas para conseguir a aprovação de seus relatórios.
A indicação de Motta teria chegado a Arthur Lira (PP-AL) via Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), passando por um punhado de assessores, para “lavar” a indicação. Hugo Motta e Aguinaldo são concorrentes nas urnas, mas têm uma relação afável nos corredores da Câmara.
O presidente Lira pretende ser assertivo na escolha para evitar casos como o de Arthur Maia (DEM-BA), emperrado na reforma administrativa, que está em seu quinto relatório – e está em discussão por comissão especial. Talvez agora, após três anos, consiga chegar ao plenário.