A resposta padrão dos simpáticos à direita tacanha, o já clássico “vai pra Cuba”, talvez precisasse ganhar uma atualização para esta década de 20. A grita por “liberdade de expressão” dos grupos bolsonaristas poderia merecer de seus antagonistas o complexo “vai pra China”.
Para os adeptos do liberalismo sem peias, a nova regra do governo chinês, que estipula uma dieta máxima semanal de horas de jogo para os gamers, é o próprio inferno na Terra, o estado controlador em sua mais perfeita acepção.
Afinal, os menores de 18 anos só podem agora, por determinação governamental, jogar três horas por semana, e com dias e horários estritamente estipulados: uma hora na sexta, outra no sábado e mais uma no domingo; quanto ao horário, o jogo tem de se dar entre 8h e 21h.
Talvez algumas mães brasileiras não achassem o esquema necessariamente ruim, dado o nível de “contaminação” a que seus filhos são às vezes acometidos.
Como esse controle vai ser feito é a parte tricky do negócio, mas na China as principais companhias de games impõem exigências estritas de uso de login – nomes reais, todos incluídos numa lista controlada pelo governo – e tem outros recursos de reconhecimento.
Como noticiou o Business Insider, a China é o principal mercado de games do mundo, e a Tencent, proprietária de franquias como “League of Legends”, implementou este ano um dispositivo de reconhecimento facial nos smartphones dos usuários, seguindo determinação do governo chinês para monitorar o uso de games pelas crianças e adolescentes do país.