Embora esteja no ocaso de seu termo na Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o empresário e candidato eterno a governador do Estado de São Paulo Paulo Skaf ganhou as manchetes dos portais nesta segunda (30) por conta do manifesto que, tendo a Fiesp à frente, Skaf assinou junto com 200 outros signatários.
O texto do documento pede maior harmonia entre os poderes e usa a própria Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde se localizam as sedes das chefias do Executivo, do Legislativo e do Judiciário da nação, como metáfora.
“A praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.”
“Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.”
O documento, apesar de sua tibieza semântica, deveria vir a lume antes de 7 de setembro, data das manifestações golpistas em apoio a Jair Bolsonaro, que devem agudizar ainda mais o quadro de ataques entre o Executivo e o Judiciário.
Mas bastou uma pequena pressão do Planalto para Skaf recuar e decidir que a publicação da carta só deva se dar justamente depois de 7 de setembro, contrariando os demais signatários e colocando em dúvida a própria razão de existência dessa manifestação das federações empresariais.
Foram duas reações orquestradas de Brasília, a primeira dos bancos estatais Caixa e Banco do Brasil, que ameaçaram se retirar da Febraban, federação de bancos que também engrossa o documento; e uma conversa de Skaf com Arthur Lira, presidente da Câmara, que, como se vê, prefere usar seu “botão amarelo” em diversas situações, menos para aquela em que divulgou essa imagem – a de considerar ao menos um dos 130 pedidos de impeachment de Bolsonaro que repousam sobre sua mesa.
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Na tarde desta segunda (30), a Febraban emitiu posicionamento oficial.