Ao entrar no apartamento de Luisa Strina, em um prédio antigo de Higienópolis, em São Paulo, nota-se que ali mora alguém com olhar diferenciado. Mais do que isso. Fomos recebidos por uma das galeristas mais conceituadas do Brasil. Expert em arte contemporânea, ela representa 40 artistas, entre nomes como Lygia Pape, Cildo Meireles, Robert Rauschenberg, Pedro Motta e Olafur Eliasson. Luisa respira arte – e sua casa também.
Em um de seus cantos favoritos, a sala de estar em formato de ‘meia lua’ com janelão de ponta a ponta, que garante uma luminosidade especial, fica uma das bibliotecas. Uma robusta estante de madeira abraça tudo em curvas que acompanham a planta do cômodo. “Moro aqui há quase 30 anos. Chamei a Claudia [Moreira Salles] para projetar uma estante, e ela fez uma primeira etapa do que se vê hoje. Mais tarde, pedi uma segunda parte do móvel, com lugar para obras, CDs, um bar. E, em um terceiro momento, foi feito o entorno da sala com a bancada embaixo da janela para acomodar mais livros. Aí fechou tudo”, explica. “O que mais gosto nas criações da Claudia é que são marcadas pela qualidade, limpeza das linhas e pela funcionalidade.”
O resultado impressiona e o poderoso móvel envolve o ambiente, que guarda, entre outras preciosidades, peças assinadas por Lina Bo Bardi, além de uma cadeira do designer Joaquim Tenreiro e uma conversadeira de Zanine Caldas. “Gosto muito dessa peça”, diz Luisa, chamando a atenção para uma cadeira de madeira maciça criada a partir de um tronco de pau-brasil. “Não sei quem fez, mas é um trabalho incrível.” E um vaso gigante com um frondoso cafeeiro, presente do pai de Luisa, arremata o espaço que celebra a excelência do design brasileiro.