Revista Poder

Integrantes de movimentos antivacina e antilockdown invadem empresas jornalísticas em Londres

Não é de hoje que a imprensa tem sido alvo de grupos negacionistas mundo afora, inclusive no Brasil

Manifestantes antivacina invadem emissoras e empresas em Londres

A onda de ataques a jornalistas por integrantes de movimentos antivacina e antilockdown, que desde o fim de 2020 vem se intensificando na Europa colocando em risco os profissionais que cobrem os protestos, chegou agora às redações britânicas e até ao Google.

Nessa semana, a sede do grupo ITN, em Londres, foi invadida por manifestantes, que em seguida tentaram entrar no prédio da plataforma de mídia digital, localizado nas proximidades.

Um protesto semelhante já havia acontecido no dia 9 de agosto, quando uma multidão atacou a antiga sede da BBC, pensando ser o endereço da redação.

Só que desta vez os manifestantes, que tinham acabado de fazer um ato no centro da capital britânica, não erraram o endereço. O edifício da ITN, localizado em Camden, abriga os estúdios das emissoras ITV, Channel 4 News e Channel 5 News, que transmitem vários telejornais e programas jornalísticos.

Um grande efetivo de policiais foi deslocado para lá e retiraram quem tinha conseguido entrar no prédio. Os profissionais de imprensa ficaram isolados e o trabalho das equipes foi interrompido.

O porta-voz da ITN se pronunciou: “Os funcionários da ITV News, Channel 4 News e Channel 5 News foram aconselhados a permanecer no prédio ou afastar-se enquanto a situação está sendo resolvida. As organizações de notícias foram uma fonte vital de informações durante a pandemia. O abuso de jornalistas por causa de suas reportagens sobre o coronavírus é um desenvolvimento preocupante que o ITN tem monitorado de perto, garantindo que a equipe esteja ciente das precauções para evitar qualquer dano. Essa ação fez com que os jornalistas fossem impedidos de realizar suas atividades de coleta de notícias, algo que o ITN condena veementemente”.

O repórter da BBC Shayan Ssrdarizedeh foi um dos que postou imagens da ação. Segundo relatou no Twitter, eles entregaram um documento exigindo a realização de um debate ao vivo sobre as vacinas contra a Covid-19. E prometeram voltar em uma semana se a demanda não for atendida.

Manifestações contra as restrições para enfrentar a pandemia não acontecem apenas no Reino Unido. Em novembro de 2020, uma onda de violência contra a mídia afetou outros países da região. Jornalistas passaram a ser alvo de insultos, intimidações, agressões e até ameaças de morte por grupos neonazistas e hooligans na Alemanha, e por sovranisti (soberanistas), a nova forma como se apresentam os nacionalistas italianos. Tempos difíceis!

Sair da versão mobile