Revista Poder

Ideia de Brasil digital naufraga por dificuldade de acesso da população à web

Inclusão do país entre aqueles que se destacam por resolver a vida de seus cidadãos virtualmente esbarra na malha ainda restrita para boa parte dos habitantes

Crédito: Agência Senado

O ministério da Economia pensou em celebrar a inclusão do Brasil nos chamados GovTech – os governos digitais, que abraçam soluções online para resolver virtualmente a vida de seus naturais e também para ganhar em agilidade, desenvolvimento e custos mais baixos.

Pensou-se numa campanha publicitária.

Nesta frente, pode-se dizer que o governo Bolsonaro instituiu questões interessantes, facilitando a abertura e o fechamento de empresas e trazendo para a esfera virtual serviços burocráticos, como certidões de cartório e segunda via de documentos.

Problema: o serviço existe, mas nem todo mundo o utiliza porque os mais pobres ainda não têm acesso à internet no Brasil. Segundo a última pesquisa do Ibope, de 2016, apenas 62% do país estava conectado à web. Em outra, mais recente, de 2019, promovida pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic-BR), o número sobiu para 67%.

É pouco.

Ainda mais quando a ideia era enaltecer um serviço organizado para atender toda a população. Se a ideia era comparar-se a Israel, considerada uma startup nation, ou a Cingapura, que já tem uma agência dedicada à inovação, o governo brasileiro perdeu de longe. Por isso, a campanha foi para o espaço.

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