Revista Poder

Afastamento de coronel paulista bolsonarista acende alerta da politização das PMs

PM comanda 5 mil homens em São Paulo; especialistas veem mais ameaça à democracia em alastramento do bolsonarismo entre PMs do que entre Forças Armadas

Aleksander Lacerda || Crédito: Agnaldo Pereira/Câmara Municipal de Sorocaba

Analistas políticos e insiders de Brasília consideram a politização das polícias militares estaduais um risco ainda mais grave para a democracia do país do que a politização das Forças Armadas.

Teasers do que pode gerar uma PM conflagrada já foram vistas na greve da PM do Ceará, em fevereiro de 2020, que culminou, em Sobral, com o disparo a bala que atingiu o ex-senador e ex-governador Cid Gomes (PDT), que, com um trator, tentava coibir o movimento de paralisação.

O soldado da PM de Salvador, que em março deste ano, atirou contra os próprios colegas em possível surto psicótico, e que acabou morto em seguida, foi saudado como mártir pelas hostes bolsonaristas, deputado federal Eduardo 03 Bolsonaro (PSL-SP) incluído.

À medida que se aproxima o 7 de setembro, data que deve marcar grande mobilização bolsonarista, os sinais de infiltração bolsonarista nas PMs vão ficando mais claros.

Nesta segunda-feira (23), o coronel da PM paulista Aleksander Lacerda foi afastado das suas funções. Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo, ele não apenas convidou seus contatos e amigos a engrossar a manifestação do dia 7 na avenida Paulista, em São Paulo, como chamou o governador João Doria, a quem a PM de São Paulo é subordinada, de “cepa indiana”. Sobrou também, em suas postagens seriais, para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e para o novo secretário de Doria, o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ).

A coisa não seria muito problemática caso Lacerda estivesse aposentado, mas o militar comanda 5 mil homens em 78 municípios.

O afastamento é preliminar.

 

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