Revista Poder

Operação contra Reis, Otoni e produtor de soja atiça redes bolsonaristas

Movimento de pressão sobre Rodrigo Pacheco pelo impeachment de ministros do STF ocorreria em 8 de setembro; decisão conta Reis o aparta da Praça dos 3 Poderes

Sérgio Reis e Otoni de Paula || Créditos: Cleia Viana/Najara Araujo/Câmara dos Deputados/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Não deve ser fácil ser investigador da Polícia Federal ou do MPF e estar lotado no inquérito dos atos contra a democracia. A quantidade de material que os grupos bolsonaristas produz e veicula, especialmente por WhatsApp, é descomunal.

Isso deve gerar muito mais terabytes do que a troca constrangedora de comunicação da turminha de Curitiba na Operação Lava Jato, recolhida no escândalo da Vaza Jato.

Nesta sexta (20), a operação da PF contra o cantor e ex-deputado federal Sérgio Reis, contra o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e contra o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan, é um dos desdobramentos desse inquérito oceânico.

Com a aproximação do 7 de setembro, dia em que supostamente o “povo” – ou “o pessoal”, como diz Jair Bolsonaro – devem se manifestar de forma mais enfática em apoio ao Executivo em sua contenda contra o STF, fervem as trocas de mensagem entre os bolsonaristas sunitas.

PODER Online recebeu uma dessas correntes. Segue abaixo, editada. As incorreções gramaticais, pontuação, maiúsculas e os grifos foram mantidos.

“Sobre a manifestação do dia 07/09 (…) Fizeram um documento invocando o Artigo 1° da Constituição Federal, onde versa que “Todo Poder Emana do Povo”. Portanto, todos os poderes devem obedecer a vontade popular.
Aí tem Sérgio Reis, Zezé de Camargo, Zé Trovão, Índio Terena entre outros artistas.
E o tamanho do manifesto será gigante e o documento será entregue no dia 08/09. E eles já tem 500 mil pessoas certas para levarem para Brasília.
(…)
Quatro representantes do povo irão entregar esse documento para o Presidente do Congresso Nacional, o Senador Rodrigo Pacheco, pedindo para dissolver o STF e o Congresso Nacional.
Este documento tem o apoio do Presidente Bolsonaro e do Exército Brasileiro.
Darão até 72 h para ele tomar a decisão que a constituição manda.
Nesse momento, por todo o Brasil, todos os caminhoneiros ficarão parados. Existe esse planejamento.
Se Pacheco, presidente do Senado, não acatar ele estará desrespeitando a Constituição. Ele não tem escolha, pois é tudo constitucional.
Se ele não aceitar será tudo trancado e depois de 72 h. E todos os caminhoneiros sairão dos postos e acostamentos aonde estarão estrategicamente e fecharão todas as estradas e rodovias brasileiras e avisarão que não passará ninguém.
NÓS SABEMOS QUE PACHECO NÃO VAI ACEITAR.
CONCLUSÃO: vai parar a partir de 07/09 e a intenção é lotar BRASÍLIA COM NO MÍNIMO 1 milhão de pessoas, pois 500 mil eles já se organizaram e estão confirmados.
Temos que lotar BRASÍLIA e a AV. PAULISTA com muitas entidades grandes.
Eles irão pro “tudo ou nada”.

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Vai ficar um pouco mais difícil para Sérgio Reis ser um dos quatro representantes do “povo” a dar o “ultimato” a Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, “obrigando-o” a colocar para rodar os processos de impeachment contra os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Moraes, em seu despacho, nesta sexta, impediu o cantor de se aproximar da praça dos 3 Poderes, em Brasília.

 

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