Já ouviu falar em metaverso? O termo surgiu em romances distópicos de ficção científica para descrever espaços imersivos e compartilhados acessados em diferentes plataformas onde o físico e o digital convergem. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, prefere descrever como uma “internet incorporada”. Fato é que o neologismo tem sido usado para fazer referência à próxima fronteira da realidade virtual (RV). A etimologia pode ajudar entender o significado: meta: o que transcende; verso: lado oposto ao principal (no caso, à realidade).
Em tempos de home office, com novas dinâmicas corporativas e de trabalho executadas virtualmente, a ideia é criar um espaço na internet em que, a exemplo de games como o popularíssimo The Sims, os usuários, via avatares digitais, possam interagir em tempo real.
Voltando a Zuckerberg. O Facebook apresentou nesta semana um novo aplicativo de trabalho remoto de realidade virtual, em que os usuários podem realizar reuniões como avatares de si mesmos. Não por acaso, o teste beta do app Horizon Workrooms acontece no exato momento em que muitas empresas adotam o trabalho em casa por conta da pandemia de Covid-19, que volta a assustar com a variante Delta.
É a primeira tentativa da rede social de criar uma experiência de realidade virtual especificamente para as pessoas trabalharem juntas sem o desgaste dos encontros via Zoom e congêneres.
Em sua primeira entrevista coletiva totalmente por meio de realidade virtual, o Facebook mostrou como os usuários das salas de trabalho podem criar avatares para se reunir em salas de realidade virtual e colaborar em quadros brancos ou documentos compartilhados, ainda interagindo com sua própria mesa física e teclado de computador.
O vice-presidente do grupo Reality Labs, do Facebook, Andrew Bosworth, diz que o Facebook tem usado “Workrooms” regularmente em reuniões internas.
E a novidade se encaixa nas ambições mais megalomaníacas de Zuckerberg, de construir o chamado metaverso. O todo poderoso do Facebook chegou ao ponto de dizer recentemente que deseja que a rede social seja pensada como uma empresa de metaverso – ou seja, dentro de um espaço digital totalmente imersivo.
“Esses tipos de experiências, em que você pode realmente se sentir presente com outras pessoas, são, em minha opinião, uma maneira muito mais rica de interagir do que os tipos de aplicativos sociais que conseguimos construir em telefones ou computadores”, diz Zuckerberg.