Revista Poder

Mandetta: “O Brasil é tocado pelos ministros”

Na segunda live de PODER dos presidenciáveis, ex-ministro da Saúde critica Jair Bolsonaro, a quem chama de “chefe ausente”, pede cautela a quem vê a Covid-19 indo embora e afirma não ter plano B caso não saia candidato

Luiz Henrique Mandetta || Crédito: Isac Nóbrega/PR

Com sua habitual simpatia e eloquência, Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde e presidenciável do DEM, foi entrevistado por Joyce Pascowitch na live de PODER desta terça (17). Também ex-deputado federal, ele manteve na entrevista suas críticas ao governo Bolsonaro e, principalmente, à figura do presidente.

Bolsonaro foi para Mandetta um “chefe ausente”, “sem capacidade de focar o que você está dizendo”. Para exemplificar, o ex-ministro disse que a fatídica reunião ministerial de abril de 2020, a famosa reunião da “passagem da boiada”, cheia de gritos, xingamentos e desabafos aparentemente sem objetividade, não foi um reunião de exceção. “Todas as reuniões ministeriais eram iguais àquela.”

Ainda sobre o presidente, disse:

“Acho que ele nunca sentou com um ministro da educação para saber quais eram as avenidas de educação. O Brasil é tocado pelos ministros. De vez em quando tentam alguma ação interministerial”.

Sobre o chamado “gabinete do ódio”, que Mandetta confirmou a existência e chamou de “horror”, falou que “você nunca sabe de onde vem o tiro”. “O gabinete presidencial parecia uma feira, tinha muita gente lá dentro, e aí começavam a chegar pessoas querendo conversar com você que eram alheias ao governo.”

O presidenciável, que não tem plano B político em 2022 caso sua candidatura não decole, porque atua como médico e se diz bastante feliz com isso, sugeriu cautela a quem já pretende voltar à vida normal, como se estivéssemos livres da Covid-19.

“Existem 8,5 bilhões de pessoas no mundo, precisaríamos de 17 bilhões de doses para vacinar todo mundo, não chegamos nem a 10% disso, e cada vez que o vírus entra numa pessoa ele faz pequenas modificações. As vacinas são instrumento de proteção coletiva, por isso quando há menos gente circulando, menor probabilidade de novas variantes, mas a circulação está muito alta. No Brasil, tudo leva a crer que vamos precisar de uma terceira dose, ainda este ano, para os maiores de 70 anos. E as crianças e adolescentes vão se contaminar.” 

 

 

 

 

 

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