Tendo governado o Paraná por três mandatos e sido senador da República duas vezes, Roberto Requião é avis rara no MDB. Ou melhor, era. Filiado ao então PMDB desde o começo dos anos 1980, ele jamais mudou de partido. Muda agora, quando o MDB (a sigla voltou a usar seu nome original, da época do bipartidarismo do ciclo militar), na opinião dele, “acabou”.
Nesta segunda-feira (2), Requião assinou a sua desfiliação do partido, cuja convenção no Paraná do último dia 31 celebrou a vitória do grupo do deputado federal em segundo mandato Sérgio Souza.
Para Requião, seu adversário é um “bolsonarista” próximo do governador Ratinho Jr (PDS), igualmente bolsonarista.
“Sempre acreditei no que dizia Gramsci: ‘Não existe o canalha absoluto’. O canalha absoluto é uma figura de literatura. Depois da convenção do MDB do Paraná vou rever esta crença!”, escreveu o ex-governador a respeito de Souza.
Requião, que sempre condenou a prisão do ex-presidente Lula e o impeachment de Dilma Rousseff, colocou uma enquete em seu Twitter, pedindo a sua audiência que escolha as siglas do campo progressista – PT, PDT, PSB e “outro” – que ele deveria se filiar. O PT vem recebendo a maioria absoluta dos votos.
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e deputada federal pelo Paraná, saudou o movimento de Requião e colocou o partido à disposição inclusive para uma candidatura majoritária do conterrâneo.