João Doria voltou a comandar suas entrevistas coletivas das quartas-feiras após contrair pela segunda vez a Covid-19 e ficar em quarentena. Como vem fazendo há algum tempo às quartas, sempre a partir das 12h45, ele comandou o púlpito no saguão principal do palácio dos Bandeirantes para passar basicamente três recados:
- nova antecipação do calendário vacinal em São Paulo, incluindo agora também os adolescentes de 12 a 18 anos;
- relaxamento das restrições de horário de funcionamento do comércio e serviços a partir de agosto;
- comunicação de providências para ajudar a população de rua do estado a enfrentar o inverno rigoroso.
Nesse último tópico, o governador fez sua principal demonstração, chamando para o evento o padre Júlio Lancelotti, da pastoral do Povo de Rua, que dedica sua vida a melhorar as condições dos moradores de rua da capital paulista. A muito rigorosa frente fria que chegou a São Paulo nesta quarta (28) talvez tenha dado azo para o convite ao padre.
Ao dizer que estava recebendo doações de cobertores térmicos e meias, o governador disse que “aprendeu com o padre Julio”, quando era prefeito de São Paulo, que o frio “começa pelo pé”.
Em seu ano de prefeito – o governador, como se sabe, ficou no cargo pouco mais de um ano e renunciou para tentar sua candidatura em 2018 –, Doria, curiosamente, gerou críticas no trato com a população de rua, a quem imaginou poder oferecer a “farinata”, uma farinha feita a partir de restos de comida.
A farinata acabou não vingando.
Em sua rápida fala, o padre Julio chamou atenção para o “gesto inédito” de abertura da estação do metrô Pedro II, que acolherá os moradores em situação de rua, e pediu que os paulistanos “expressem carinho e atenção” aos moradores em situação de rua, dando a eles “uma bebida quente” ou um agasalho.
Disse também que “os que perecem são os solitários”.
Veja a live do padre Júlio Lancellotti dada a Joyce Pascowitch em junho, abaixo.