Destituído da importância que desfrutou em seus dois anos de comando do Senado, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) está a precisar de um abraço. Ou de um analista. Ou de ansiolíticos.
Cabisbaixo, o parlamentar parece sofrer de uma certa síndrome de abstinência, notadamente dos convites e mimos que acostumou-se a receber quando presidente da Casa.
Durante um jantarzinho em Brasília, Alcolumbre se abriu a amigos que não via há tempos. Verteu uma lágrima, dizem, quando lembrou das remessas de açaí amapaense que chegavam semanalmente à residência do presidente do Senado, presentinho de advogados e lobistas.
Alcolumbre voltou a fazer parte do baixo clero, de onde saiu de chofre ao sentar-se pela primeira vez na cadeira da presidência, e ali ficou por horas, durante a votação da Mesa, em 2019, para impedir que Renan Calheiros (MDB-AL) conduzisse a sessão.
O apoio que teve de Bolsonaro em 2019, e que ele retribuiu com juros, com direito a ver jogo de futebol e comer pizza com o presidente, acabou por não ser garantia de coisa alguma em 2021. Sua sonhada reeleição, que foi bombardeada na Justiça e depois gongada diante da irrupção de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que angariou apoio no Planalto e na oposição, virou pó.
No meio-tempo, ainda viu seu irmão perder a eleição para a prefeitura de Macapá.