Revista Poder

Morre o filósofo Roberto Romano, aos 75 anos, por Covid-19

Professor aposentado de ética e política da Unicamp escreveu que o Brasil “estava na aurora dos fascismo” quando Bolsonaro comparou a Covid a uma “gripezinha”

Roberto Romano || Crédito: Unicamp/Divulgação

O filósofo e professor titular aposentado da Unicamp Roberto Romano morreu nesta quinta-feira (22), por consequências da Covid-19. Romano tinha 75 anos.

O professor era, como esmagadora parte da intelectualidade brasileira, crítico agudo de Jair Bolsonaro. Em seu último artigo escrito para um dos órgãos de comunicação da Universidade de Campinas, o Jornal da Unicamp, Romano argumentou sobre o ataque à produção científica.

“Na pandemia é claro o ataque do poder à autoridade científica (…) O deboche de ministros quando falam das ciências é arma contra o saber. O responsável pela Educação não age apenas como personagem circense. Ele despreza milênios de saber humano. As massas que negam a esfericidade da Terra são hordas que logo arrombarão laboratórios e bibliotecas. Se o presidente classifica trágica moléstia como “simples gripe” e nega os saberes científicos ao impor fármacos, estamos na aurora do fascismo.”

Autor dos livros Brasil, Igreja Contra Estado e Razão de Estado e Outros Estados da Razão, entre muitos outros, Romano estava internado em São Paulo desde 11 de junho.

Antônio José Meirelles, reitor da Unicamp lamentou a morte do colega e disse que “ele se soma às tantas vítimas da pandemia em nosso país, decorrentes da pouca atenção que parte de nossas autoridades deram a esta tragédia que acomete o mundo”.

 

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