Quando abrem capital, fazem uma segunda rodada de emissão de ações (follow-on), mudam a estrutura societária, concluem aquisições etc., as companhias abertas emitem um documento oficial para comunicar a ação ao mercado.
É de se esperar que a peça seja bastante monótona em estilo, afinal ela deve dar conta das intenções da empresa. Enfim, tão monótono quanto um contrato escrito por um advogado.
Pois Ricardo Ribeiro Leite, diretor de Relações com Investidores da CSU CardSystem, empresa de soluções de tecnologia para meios de pagamento, desde 2006 na B3, inovou.
Em comunicado ao mercado nesta quinta (22), em que procurou expôr a visão dos “analistas de research”, disse o seguinte:
“Mesmo com os percalços no caminho, a companhia entregou um crescimento médio de 20% no Ebitda desde 2013. Seguindo essa tendência, a divisão CardSystem (cerca de 80% do Ebitda da companhia) deve continuar apresentando bom ritmo no crescimento de novos contratos e em cartões faturados (…)
E pegou embalo: “CARD é a “fintech” que o mercado não percebeu, e o mais interessante é que o mercado não está cobrindo a companhia, mesmo com o crescimento médio de 20% no Ebitda e negociando a míseros 8x Ebitda. Mesmo acumulando uma alta de +55% no ano, CARD segue barata. Negociando a 8x Ebitda, CARD é uma fintech negociando a preço de banana. Compre CARD.”
Na versão em inglês do mesmo comunicado, os adjetivos são bastante amenizados: “míseros” vira “only” (apenas) e “preço de banana” , “bargain price”.
O Twitter estranhou.