Revista Poder

Pesquisa indica que consumo de apresentações de teatro, dança e música disparou no último ano

A adaptação das atividades culturais para o formato digital durante a pandemia aumentou o interesse e o acesso do público à cultura

Muita coisa mudou desde março do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 fez com que o Brasil – assim como o resto do mundo – fechasse quase todos os estabelecimentos comerciais, impactando seriamente o mercado de entretenimento. Cinemas, teatros, casas de show… a área cultural sem dúvida foi das mais prejudicadas. O jeito foi se reinventar com a ajuda da internet e das redes sociais. Fato é que os brasileiros aumentaram o consumo de atividades culturais no ambiente online nos últimos meses e pretendem manter o hábito após a volta à normalidade. Esses são dados da pesquisa Hábitos Culturais II, realizada em conjunto pelo Itaú Cultural e pelo Datafolha.

Segundo o levantamento, que ouviu 2.276 pessoas em todo o país, 76% dos entrevistados informaram que passaram a se conectar todos os dias na internet e nas redes. Antes, o índice era de 71%. O consumo de apresentações artísticas virtuais de teatro, dança e música disparou. No ano passado, 20% dos indivíduos diziam que já consumiam este tipo de atividade online. Este ano, esse número dobrou. Outra atividade que teve forte crescimento durante a pandemia foi a audição de podcasts. Em 2020, 24% dos pesquisados informaram que acessavam plataformas do gênero. Já em 2021, subiu para 39%, um salto de 15 pontos percentuais. O uso de jogos eletrônicos também avançou, de 32% para 43%, no comparativo do ano passado para cá.

As plataformas de música ganharam novos adeptos (de 74% para 79%), bem como o consumo de filmes e séries, que saiu de 68% para 75% dos entrevistados. Cursos (de 35% para 41%) e leitura de livros digitais (de 36% para 40%) também cresceram. “A indústria da cultura soube reagir aos desafios da pandemia e rapidamente levou a sua produção para o ambiente online onde encontrou uma audiência ávida por entretenimento, reflexão e novas experiências”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. “Instituições, corpos estáveis, grupos artísticos e uma legião de profissionais da área criaram um ambiente mais leve para estes tempos tão duros”, completa ele.

A pesquisa apontou que o hábito de consumir atividades culturais online tem boas chances de se manter no pós-pandemia. 80% dos que assistiram a apresentações de teatro, música e dança virtualmente pretendem seguir com a prática mesmo quando tudo voltar ao normal. O índice é o mesmo no quesito aulas ou oficinas de arte.

Outro dado importante levantado mostra que as atividades online aumentaram o interesse do público em cultura, principalmente a turma mais jovem: 72% das pessoas afirmaram que, de outra forma, não teriam acesso a produtos culturais.

 

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