Maior gestora de fundos do mundo, a BlackRock, comandada pelo CEO e chairman norte-americano Larry Fink, tem novidades em sua sucursal brasileira a julgar pelo que publicou o jornal Valor Econômico nesta quinta (22). O diário afirma que a capixaba Karina Saade, 41 anos, passa a comandar as operações por aqui, numa dança de cadeiras com o presidente da operação local, Carlos Takahashi, que assume papel de chair, cuidando de questões mais institucionais.
Não há informações sobre essa movimentação no site da gestora.
Karina atuava como COO para todos os mercados da empresa na América Latina, tendo iniciado sua carreira na empresa em 2007 como analista de crédito sênior, em Nova York. Formada em economia pela Universidade de Stanford, ela tem MBA em Harvard e debutou no metiê na Goldman Sachs, segundo revela sua conta no LinkedIn.
Ao Valor, Saade afirma pretender ampliar o gradiente de BDRs, os Brazilian Depositary Receipts (BDR), ETFs de empresas estrangeiras negociadas na B3. Os papéis da BlackRock devem crescer em cerca de 50%.
A BlackRock vem se notabilizando por sua adesão barulhenta à agenda ESG. São famosas as cartas anuais de Fink chamando atenção para o tema. Aqui no Brasil, Takahashi já disse este ano que a gestora tem US$ 45 bilhões investidos em empresas nacionais, e que uma das contrapartidas para esses investimentos é “perguntar como [os clientes] planejam a redução de emissão de carbono”. “E temos incluído o tema diversidade para avaliar o que tem corrido nos conselhos das empresas.”
No Twitter, o ex-governador do Espírito Santo e mentor da candidatura frustrada de Luciano Huck, Paulo Hartung, celebrou a novidade: “A capixaba Karina Saade, da BlackRock, é a primeira mulher a liderar as operações da empresa no Brasil, posto, historicamente, ocupado por homens. Mais que sucesso a ela, desejo que seu exemplo abra ainda mais caminhos às mulheres em postos de liderança.”