Revista Poder

Coleção de arte do presidente da Samsung, com mais de 23 mil obras, é doada ao governo coreano

'Clearing after Rain on Mount Inwang", tela de Jeong Seon (1751)

Duas importantes exposições foram inauguradas em Seul esta semana: uma no Museu Nacional da Coreia e outra no Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea. E o que ambas tem em comum? As obras fizeram parte da poderosa coleção do presidente da Samsung, Lee Kun-hee, que morreu no ano passado. Nada menos que 23 mil peças foram doadas com o objetivo de liquidar um imposto sobre herança de mais de US$ 10 bilhões. Entre as preciosidades, antiguidades e obras de arte coreanas contemporâneas, além de nomes como Pablo Picasso e Claude Monet.

Em abril, a família de Lee anunciou que esperava pagar mais da metade do valor de seus bens em impostos em um período de cinco anos. Naquele mesma época, o Ministério da Cultura, Esportes e Turismo da Coreia do Sul revelou que a família Lee estava doando antiguidades e obras de arte para coleções públicas. Em nota à imprensa, o ministério disse que a aquisição ajudaria duas instituições a “competir com museus famosos no exterior”.
Nem os parentes de Lee nem os museus revelaram o valor da doação ou confirmaram como, ou mesmo se, ela figurará nos compromissos fiscais de herança da família.

O MMCA recebeu quase 1.500 das obras, no que o museu chamou de “a doação do século”. “Ganhamos obras-primas que seriam difíceis de comprar com nosso orçamento anual de arrecadação de US $ 4,35 milhões”, comemorou a curadora Park Mihwaela. “Esperamos que essa coleção ajude o turismo artístico e a Coreia do Sul a se tornar uma potência da cultura artística no futuro.”

“La Lecture”, de Pierre-Auguste Renoir

Entre os itens encaminhados para o Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea estão 119 obras de artistas ocidentais, entre eles Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir, Camille Pissarro, Marc Chagall, Salvador Dalí e Joan Miró.

Enquanto isso, no Museu Nacional da Coreia, uma mostra dos artefatos mais antigos da coleção de Lee também foi aberta ao público, com 45 itens históricos, incluindo estátuas budistas, gravuras raras e cerâmica da Idade do Bronze. E o governo coreano está animado com o futuro. Revelou que está planejando construir um novo museu em Seul dedicado inteiramente à coleção de Lee.

Escultura da Idade do Bronze
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