Revista Poder

Veneza barra navios em seus canais já em agosto

Governo italiano aprovou decreto que torna os canais da cidade 'monumento nacional', status geralmente dado a obras de arte e edifícios históricos

Navios de cruzeiro proibidos em Veneza

O governo italiano anunciou que, a partir de 1º de agosto, navios de cruzeiro estarão proibidos de entrar nas águas de Veneza e também declarou as águas cidade Monumento Nacional, em um movimento para proteger o frágil ecossistema local do turismo de massa.

A proibição, exigida há décadas por residentes de Veneza e ambientalistas, não podia mais ser adiada. Nas últimas semanas, enquanto grandes embarcações voltavam à cidade após pausa imposta pela pandemia, manifestantes se reuniram em pequenos barcos e na orla com bandeiras com os dizeres “Sem grandes barcos”.

Em abril, o primeiro-ministro Mario Draghi já havia dito que planejava banir navios de cruzeiro da bacia de San Marco, do canal de San Marco e do canal de Giudecca, mas nenhuma data havia sido definida. Além disso, a proibição estava condicionada à construção de um novo porto onde os turistas pudessem desembarcar, projeto que poderia levar anos.

Um decreto urgente foi redigido para evitar o risco real de Veneza ser colocada na lista de locais do Patrimônio Mundial em Perigo estabelecida pela UNESCO. Agora aprovado, o decreto torna os canais da cidade ‘monumento nacional’, status geralmente dado a obras de arte e edifícios históricos.

Nos últimos 10 anos, Veneza se viu envolvida em um confronto entre aqueles que representam os interesses econômicos do tráfego de navios – que emprega milhares de pessoas – e os que querem proteger o delicado ecossistema.

A proibição se aplicará a navios com mais de 25 mil toneladas, mais de 180 metros (cerca de 590 pés), mais 35 metros de altura, ou que empregam mais do que uma determinada quantidade de combustível em suas manobras. São tantas restrições que até grandes iates podem ser afetados.

O governo também decidiu dar poderes à autoridade portuária regional para determinar como cinco docas temporárias podem ser construídas em Marghera, porto industrial próximo, respeitando a segurança marítima e as leis ambientais.

 

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