Climão no último voo da Latam do Rio de Janeiro para Brasília desta segunda-feira (5). Nele vieram os deputados Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Carlos Jordy (PSL-RJ). Se viram, mas não se cumprimentaram.
Jandira embarcou na chamada do público prioritário e foi se sentar em sua poltrona 4-D. Jordy entrou na fila rápida da companhia aérea, naquele esquema de cliente VIP, e foi para a 5-C.
Estavam lado a lado, cada um num assento de corredor, foram abordados por pessoas diferentes, elogiados pelo mandato, questionados sobre os trabalhos legislativos e fizeram carinha de paisagem um para o outro.
Jandira leu por quase 1h30 documentos enquanto Jordy passou seu tempo entre as mensagens de WhatsApp, o aplicativo Infoleg da Câmara e uma ou duas partidas de um jogo de cartas no celular.
A rotina de parlamentares que não ficam em Brasília inclui viagens frequentes, geralmente na segunda à noite ou terça pela manhã. Não raro, os colegas não se suportam.
Nesse caso, o mal-estar ocorre porque Jandira está irritadíssima com a representação contra ela na Comissão de Ética da Câmara, por suposta quebra de decoro ao postar a imagem do ditador russo Josef Stálin em sua conta do Twitter, no fim de junho. A justificativa, levada a cabo pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), colegas de partido e parlamentares do PTB, é que Jandira faz apologia ao genocídio.
Curiosamente, Jandira se prontificou a acudir o hoje senador Flávio Bolsonaro (Patriota), irmão de Dudu, quando ambos participavam de um debate à prefeitura do Rio, em 2016, e 01 se sentiu mal. Jandira é médica, mas seus cuidados foram recusados por 00, Jair, que acompanhava o filho nos estúdios da Band.