O ataque cibernético aos sistemas do laboratório Fleury nesta quarta-feira (23) se segue a outros do mesmo tipo que vem sendo feito a empresas do Brasil e diversos lugares do mundo. A área de saúde costuma estar no alvo dos hackers, dada a quantidade de dados sensíveis de clientes que colige.
Em seu site, o Fleury avisa que os sistemas seguem indisponíveis e que essa indisponibilidade foi “originada a partir da “tentativa de ataque externo”.
Ao jornal O Estado de S.Paulo, o consultor Matheus Jacyntho, da Cyber Security da ICTS Protiviti, disse que “o setor de saúde sempre teve maturidade de segurança mais baixa. E hoje em dia, com o fortalecimento de leis e de penalidades relacionadas à proteção de dados, ficou mais lucrativo invadir uma empresa de saúde”.
Em 2017, o hospital do Câncer, de Barretos, hoje Hospital do Bem, teve 3 mil consultas e exames suspensos por conta do ataque mundial conhecido como WannaCry.
Reportagem da revista PODER ouviu Roberto Rebouças, diretor geral no Brasil da Kaspersky Lab, a renomada companhia russa de cibersegurança, que lamentou o panorama.
“As empresas faturam como pessoa jurídica mas se protegem como pessoa física”, diz “A proteção é tratada como commodity, serve qualquer coisa, e o fato de o TI ser visto como um departamento que não gera receita, apenas despesa, não ajuda”.