Pouco mais poderia ter feito Ricardo Salles para merecer desaparecer para sempre de Brasília. Investigado pela polícia federal, objeto de notícia-crime no STF e tendo sua cabeça pedida pelo MPF, Ricardo Salles parecia ficar mais forte a cada vez que sua situação ficava mais intolerável.
Mas tudo tem limite, e o ministro do Meio Ambiente, segundo a versão oficial, pediu demissão nesta quarta-feira (23).
A motivação oficial teriam sido “questões familiares”.
Como diria o finado Paulo Francis, waal.
No Twitter, a saída de Salles foi recebida com alegria e alívio. O senador Cid Gomes (PDT-CE) disse que “fica um rastro de destruição. Hoje, o Instituto Socioambiental divulgou o maior desmatamento da Amazônia Legal nos últimos 12 anos. Não é coincidência. Mas temos que ficar atentos, pois com o Bolsonaro sempre pode piorar.”
A senadora Kátia Abreu (PP-TO), bastante ligada aos ruralistas, escreveu: “É um sinal VERDE para o Brasil! Espero tempos novos e alvissareiros para Amazonia e o Brasil.”
Já a jornalista Andréia Sadi, da Globo News, notou que a demissão vem no mesmo dia em que explodiu o caso Covaxin, que pode vir a ser o maior escândalo de corrupção do governo Bolsonaro. A jornalista lembrou que Abraham Weintraub caiu do ministério da Educação em outro momento delicado da gestão Bolsonaro, o dia em que o faz-tudo da primeira família, Fabrício Queiroz, foi encontrado na casa do advogado Frederick Wassef.