Abalroado pelo telefonema-bomba de 2017 em que pede R$ 2 milhões a Joesley Batista e ainda ameaça matar o estafeta incumbido de pegar o cascalho, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) viu seu sonhos presidenciais minguarem da noite para o dia.
Ele, contudo, não perdeu força dentro do partido, e conseguiu se manter relevante, mesmo com as tentativas de expulsão capitaneadas por seu correligionário João Doria, o governador paulista.
E foi justamente no colo do principal inimigo de Doria, o presidente Bolsonaro, que Aécio foi se aninhar.
Na live presidencial, em sua enésima pregação pelo voto impresso, Bolsonaro falou nesta quinta (17) que Aécio venceu Dilma em 2014.
A cortesia seria uma retribuição para Aécio, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) e, nesse papel, questionou a China por conta do atraso dos insumos para as vacinas do Butantã e da Fiocruz.
Resta saber como o PSDB, já proverbialmente rachado desde sua fundação, enfrenta mais essa crise de dupla personalidade.