Costuma-se dizer da elite brasileira que ela é capaz de atravessar o Atlântico inteiro a nado, e as moedas mantidas nas mãos permanecem intactas ao fim da travessia. A pandemia, contudo, parece ter mudado um pouco o cenário.
A pesquisa World Giving Index 2021, da fundação Charities Aid, mostrou uma movimentação positiva do país, que escalou 14 posições, fechando em 54º lugar entre 114 nações.
É uma posição bem mais ou menos, na verdade, considerando que os líderes do ranking são Indonésia, Quênia, Nigéria, Mianmar e Austrália.
A fundação tabula doações em dinheiro, ações de voluntariado e também uma mais abstrata “ajuda a estranhos”. É nesse quesito que o Brasil melhor performa, ficando em 36º.
Se serve de consolação, estamos à frente de França, Itália, Bélgica, Portugal e Japão, o último colocado no ranking, o que, obviamente, não espelha o caráter do japonês.
Poucas culturas são tão respeitosas com o próximo, o que é evidenciado no uso de máscaras muito antes da pandemia e até na maneira cerimoniosa como os japoneses recebem pagamentos, com as duas mãos.